sexta-feira, 19 de março de 2010

De repente parecia que em toda atmosfera tinha faltado oxigênio. Sentia o coração acelerado, batendo cada vez mais rápido, tentava controlar a respiração, procurando um mínimo de ar que seja. Nada. Percebi que prendia a minha respiração, e estava mordendo os lábios, não me lembro quanto tempo eu fiquei assim. Minhas mãos estavam suando e meu olhar confuso, impenetrável, talvez apaixonado. E fiquei com vergonha, vergonha de alguém ter percebido.Respirei fundo e soltei todo ar que ainda restava em meus pulmões. Ainda suava e não era só nas mãos. Olhei ao redor todos pareciam calmos e respirando normalmente. Ufa! Ninguém havia percebido exceto um. E eu sabia que ele tinha notado alguma coisa, mas sua expressão era calma, distante despreocupada, seu olhar estava indecifrável, talvez vago. Corei com essa hipótese, fechei os olhos e ordenei que minha pulsação fosse regulada. Fazia um esforço enorme pra não suspirar. Poderia muito bem sair dalí. Mas não queria, de certa forma eu estava gostando daquele sentimento, daquela sensação que há tanto tempo que não sentia, e que já estava quase me esquecendo. Continuei de olhos fechados, deixei que minha imaginação fluísse permitir sonhar acordada, e sem perceber estava sorrindo. Um sorriso leve e discreto.
- O que foi? – Perguntou-me com cara de interrogação.

Em um segundo fiquei buscando coragem pra falar tudo o que estava sentindo, iria abraçá-lo, beijá-lo, e deixar que meu coração batesse do jeito que quisesse que minhas mãos suassem. Mas, ao invés disso apenas menti:
- Nada. Vi-me dizendo com um sorrisinho mentiroso. E ele fingiu acreditar.

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